A noite não passa
O vento atrasa
Fodidamente nada passa
A ânsia estaciona
A febre acumula
A dor trêmula
A noite não passa
Nada passa
passageiro de um trem
A estação arrasta
A chuva da bagagem
A pupila dilata
Os olhos não grudam
O sono não vem
A saudade rasga
Devaneios tolos
desejos de um poeta
beleza que rege
A alma que apodrece
Cuspo dentro de mim mesmo
Vomito de olhos fechados
Melancolicamente em insônia
Vagarosa
Mente
A megera que me doma
A vida que me engole
O tempo que não passa
Nada passa
Nem mais essa noite melancólica
Para além dessa fobia estranha
Dessa ânsia que me arranha
Aranhas
pela parede
Aranhas pelo teto
Arranham o lado obscuro do meu cérebro
E não tenho mais um cigarro a queimar
Balada de uma noite melancólica - Guilherme Lima
realmente atormentante.
ResponderExcluirNa vaga lembraça daquilo
que não se esquece,
bem sei como é...